Devo confessar que tinha certo preconceito com a comunidade corredora. Eu tinha a impressão de que esse grupo era apaixonado demais pela corrida (como se isso fosse um defeito! rs) e que só sabia falar desse assunto e isso me deixava com o pé atrás com relação à corrida.
Então a Cris, minha namorada noiva, ganhou uma inscrição para a Maratona Pão de Açúcar de Revezamento 2010, foi, correu, gostou e começou a dar sinais da paixonite por corrida. Acabou passando, "ufa", pensei.
Passado um ano, ela conseguiu me convencer a correr na equipe dela na edição 2011 daquela prova. Aceitei o desafio, mas resolvi não treinar. No dia da prova, meu objetivo era apenas concluir meu trecho (5km) sem andar. Quando eu pensava em andar, lá vinha um senhorzinho da famosa equipe Vovôcops e me ultrapassava sorrindo, dando-me uma injeção de ânimo. Concluí meu trecho em 30min, sem parar para andar em momento algum e sentindo uma felicidade que eu não conseguia explicar.
Pronto, ali estava mais uma pessoa mordida pelo "bichinho da corrida", mais um corredor "Mono-assunto", enfim, mais um chato apaixonado por corridas!
Comecei a participar de provas (em média, uma por mês), ainda sem treinar... até que a sinovite nos dois joelhos me ensinou (ou tentou me ensinar) a importância de preparar o corpo para as atividades físicas.
No final daquele ano, corremos 10km na San Silvestre Vallecana, no inverno madrileño!
Passou-se mais um ano (e nesse ano corremos 11 provas, incluindo minha primeira prova sub 50min nos 10km) corremos os 15km da São Silvestre paulistana.
Então vieram as férias e, na França, tive meu primeiro contato com o universo Trail Run (experiência fantástica... qualquer dia escrevo sobre aquela prova). Foi um caminho sem volta. Paixão fulminante. Amor à primeira escorregada na lama!
De volta ao Brasil, tive de retribuir o favor e apresentar à Cris esse mundo de lama, tombos, arranhões, dores lancinantes, subidas e descidas intermináveis, respiração ofegante e muita solidariedade e camaradagem, que é o mundo das corridas de montanha/cross country. Felizmente, ela abraçou a ideia com tanto fervor quanto eu, e hoje somos felizes montanheiros!
Mas essa já é outra história...
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