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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Há uma luz no fim do túnel

Bem amigos da rede globo, voltamos com os acontecimentos mais recentes no front "edema ósseo x Meia da Disney".

Depois de mais uma semana com o humor oscilando mais que joão-bobo e mudando de ideias como quem muda de roupas ("ah, vou tentar andar os 21km abaixo do tempo de corte"; "quer saber, não vou nem pisar na linha de largada"; "nhé, vou correr de qualquer forma e se quebrar, quebrou"), a Cris me convenceu a procurar uma segunda opinião médica.

A consulta foi bem extensa e foi além do padrão "lê o laudo da ressonância, pergunta se dói aqui ou ali e tchau, passar bem".



Conversamos bastante com o médico e ele disse estar confiante na minha recuperação até a data da prova (recuperação, no caso, deve ser entendido simplesmente como "ficar sem dor", já que um quadro de edema como o meu pode levar até 3 meses para ser completamente curado).

Claro que até lá eu não poderei fazer qualquer exercício que envolva carga ou impacto na área afetada (aliás, vendo o CD da ressonância, o médico percebeu que estou com edema NAS DUAS pernas; não apenas na esquerda), então mesmo as minhas caminhadas sub 9min/km estão fora de cogitação.

Preciso arrumar um jeito de administrar os prejuízos cardiorrespiratórios (piscina, que seria a melhor opção, em SP não rola $$)...

Resumindo, é isso... o estrago está feito, não existe remedinho milagroso, fisioterapia/fortalecimento/alongamento não auxiliam em nada nesse momento, então o negócio é descansar as pernas e torcer para estar sem dor até o dia 11/01/14 - o que o médico acredita ser possível (de fato, o médico está tão otimista que pediu para que eu envie a ele uma foto com a medalha e ao lado dos mascotes da Disney. Aí está uma recomendação médica que pretendo seguir! rs).

Se tudo der certo e eu estiver sem dores na véspera da prova, aí é partir pro abraço e tentar trotar gloriosamente os 21km do percurso, independentemente de pace, tempo-alvo e etc., já que nessa história toda não consegui fazer um só treino focado em meia maratona.

O importante é que meu humor está melhor, estou mais otimista e acredito que pensando positivo posso acelerar minha recuperação.

Continuem torcendo e mandando vibrações positivas!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Disney 2014: O sonho acabou?

Querido diário...

Faltando exatos 31 dias, 12 horas e 2 minutos para o que seria minha estreia na meia maratona, está na hora de encarar a realidade...
Depois de reclamar de dores nas pernas por diversas vezes aqui (desde setembro, veja só), eis que hoje a bomba me foi entregue. Estou com um edema ósseo da diáfise tibial do terço médio da perna esquerda (muito embora minha perna direita sempre tenha doído MUITO mais que a esquerda).

E aí que meus planos para a estreia na meia maratona da Disney escorrem agora pelo ralo diante dos meus olhos.
Os planos já vinham sendo modificados de tempos em tempos, mas agora - ao que tudo indica - não tem mais jeito... No início, minha meta era fechar minha primeira meia em torno de 1h45... aí fiquei um mês sem treinar e percebi que era melhor mudar a meta para algo em torno de 1h50, depois comecei a me contentar com a perspectiva de fechar a prova abaixo de 2h... bom, depois da última consulta médica, qualquer esperança de correr (pura e simplesmente correr) dentro de um mês foi sepultada.

Oooopppssss... fail.


A vontade que dá é de "xingar muito no twitter", gritar impropérios aos quatro ventos, maldizer o destino e deitar em posição fetal repetindo diversas vezes "porque só comigo???". Mas nada disso vai adiantar, não é mesmo? O estrago já está feito.

Preciso é criar coragem, encontrar motivação e adaptar meus planos mais uma vez. Nessa era do "#desafiofulanadetal", "#projetobeltrana" e "#colaemmimefaçaoqueeudigo", tá na hora de eu criar meu próprio desafio, engolir o choro e administrar os prejuízos.
Lanço aqui o meu #Desafio21kmCaminhandoSemSerCortado ou #MeiaMaratonadeCaminhadadaDisney...ou alguma palhaçada do gênero.

Como a inscrição já foi feita mesmo, para não sentir que joguei meu dinheiro no lixo (tá, eu sinto isso assim mesmo), meu novo objetivo é completar a meia maratona caminhando (marcha atlética?) sem ser "recolhido" pelo ônibus da organização da prova (que vai retirar da pista todos os corredores que não conseguirem manter o pace mínimo de 16min/milha).

Pensando bem, o pace de corte é bem alto... normalmente eu caminho a 9:15min/km mesmo e, teoricamente, daria pra concluir a prova inteira andando. A questão é que nunca caminhei 21km em ritmo acelerado e constante... Sem contar que caminhar por muito tempo é chato pra burro! rs

Será que vai dar certo?

Por enquanto, o que me resta é me conformar com essa nova realidade, adaptar-me a ela da melhor forma possível e tentar usar esse novo objetivo como motivação... Não vai ser fácil. Conto com o apoio e a torcida de vocês!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Notas curtas: Sobre o novíssimo tênis de R$1.832,00 que eu TENHO que comprar


É só abrir uma página qualquer da internet para ver pipocando banners de propaganda de tênis e outros equipamentos de corrida.

Enquanto ficamos ali babando nos anúncios e "namorando" os produtos é praticamente impossível não pensar em como tal ou qual equipamento alteraria nossa performance, não é mesmo?

O novíssimo tênis ultra-über-blaster tecnológico de R$1.832,00: 


O que eu acho que ele fará por mim:





O que ele realmente pode fazer por mim:




Ideia chupinhada na cara larga do excelente http://whatisultra.tumblr.com




sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Celebrando a amizade - São Bento do Sapucaí

Com a Etapa São Bento do Sapucaí da Copa Paulista de Corridas de Montanha, encerrei meu ciclo de competições de 2013.

Nesse quase um ano correndo fora do asfalto aprendi e vivenciei muito mais experiências do que sequer imaginava. Subi ao pódio pela primeira vez,  comecei a treinar com uma verdadeira família (e, desde então, meu rendimento só melhorou!), fiquei manquitola por algumas etapas graças a uma síndrome do trato iliotibial, me afastei um pouco das corridas por um mês (apenas fisicamente, pois a cabeça estava sempre nas trilhas), experimentei correr uma prova inteira ao lado da minha companheira de aventuras, percebi que ela era mesmo uma companheira para todos os momentos e decidi oficializar nossa relação, e fiz amigos. Muitos amigos.

De todas as conquistas e experiências 'esportivas' desse ano, posso afirmar com toda a franqueza que o melhor prêmio foi a expansão de meu círculo de amizades. Foi a constatação de que eu posso ser louco e fanático por corridas, posso ser "mono-assunto", mas eu não estou sozinho nessa!

Não repare no tamanho dos pratos rs

E justamente por isso foi tão importante para mim a conquista do 3º lugar no ranking da Copa Paulista na faixa etária 25-29 anos, pois eu queria subir ao pódio com meus amigos. Dividir a experiência com quem se importa com você e torce por você tem outro valor, outro sabor.
Subindo juntos e com o pé direito!
E pensar que no começo do campeonato a gente se xingava em pensamentos! hahahaha

O troféu é bonito, claro, mas o que ele simboliza no íntimo de cada um é o que realmente importa. A celebração não é pela posição no ranking (que é algo passageiro e não significa - por si só - nada). O valor do troféu está em saber que os objetivos que foram traçados lá atrás foram devidamente atingidos; está em saber que você melhorou não só como atleta, mas como pessoa; está em saber que, apesar de uma série de variáveis, você se superou e foi buscar o que queria; está em saber que existem pessoas com quem você pode contar (ok, chega, isso aqui não é cerimônia de entrega do Oscar! rs).
A Cris também garantiu o dela!

Por tudo isso, digo que a melhor parte da Copa Paulista, para mim, foi a cerimônia de encerramento com o jantar no restaurante Sabor da Serra.



Que oportunidade excelente para confraternizar com as pessoas que dividiram conosco as trilhas, os sofrimentos, as alegrias, os perrengues - e dessa vez vestido de gente grande, com roupas e tênis limpos, rs!

Grande ocasião também para ouvir histórias e casos de pessoas mais experientes, de traçar planos para o futuro e de enfiar o pé na jaca! hahaha

Conversar com a Tomiko, ouvir suas histórias e suas dicas... uma honra!

Apesar das dores, preferi deixar pra começar a tomar os remédios prescritos pelo ortopedista após o jantar, porque naquela noite eu queria mesmo era comemorar o término desse ciclo!

A todos os envolvidos, muito obrigado por tudo (pelo apoio, pelo incentivo, pela palavra amiga, pela alegria, pela foto, por testemunhar momentos importantes para mim, pela torcida, pela preocupação... enfim, muito obrigado!).

Acho que a gente se empolgou nesse papo de comemorar... literalmente fechamos as portas do restaurante, sabe-se lá que horas da madrugada! 

Ano que vem tem mais!

A gente se tromba nas trilhas! ;-)


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Relato: Apoteose na Sapucaí - Corridas de Montanha São Bento do Sapucaí

Apoteose? Sapucaí?


Palma, palma, não priemos cânico! 
Apesar de o texto conter as palavras "apoteose", "Sapucaí" e de eu ter sapateado mais que mestre-sala na lama, não estou aqui pra falar de samba!
Apoteose, em uma de suas definições, corresponde ao ponto final de uma cena que decorre de maneira espetacular... algo um pouco mais dramático, inesperado e espetacular que o final de uma novela mexicana. Explicado o título, voltemos à nossa programação normal:

Cenário
São Bento do Sapucaí, ensopada e imersa nas brumas! A neblina era tanta, que parecia que estávamos no filme "Os Outros". Em alguns momentos, não era possível ver o corredor que estava 10 metros à nossa frente! Além da chuva que caiu em SP ao longo da semana, choveu praticamente o final de semana inteiro em São Bento. Resumindo o cenário: lama, muita lama, bastante lama mesmo, neblina e mais um pouquinho de lama.



Lama.
Enredo
Como vocês devem se lembrar, há algum tempo venho sofrendo de canelite (que, talvez nem seja canelite... vamos aguardar os resultados dos exames). Para me recuperar, resolvi ficar um tempinho sem correr e, desde a Etapa Serra da Cantareira, não corri nem atrás de ônibus, por medo de me machucar ainda mais... Deixei inclusive de correr uma prova para a qual havia feito inscrição.
Maaaasss, São Bento do Sapucaí era a última etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha, e eu queria fazer bonito na pontuação para o Ranking anual. 
Na verdade, a pontuação no ranking nunca foi uma pretensão minha. Tanto foi assim, que nas primeiras etapas eu perdia bastante tempo "panguando" e apreciando a paisagem...rsrs... Acontece que ao longo das provas, criamos um círculo de amizades que contava com 2 pessoas da minha categoria (Gustavo e Willian). E seria muito bacana se conseguíssemos encerrar o ano os três juntos no pódio!
Só que essa missão não seria tão simples. Na pontuação para o ranking, feito o descarte de provas e a matemática toda do regulamento, descobri que se eu quisesse subir ao pódio com meus amigos na premiação do Ranking anual na faixa etária 25-29 anos, teria que concluir essa prova no mínimo 2 min à frente de determinado corredor.
Não bastasse a complexidade da prova, eu teria de lidar com o fato de que havia praticamente um mês que eu não corria (zero condicionamento!) e com minhas dores (além da preocupação com as consequências de correr machucado e agravar a lesão). Some a isso o fator psicológico de ter de correr dependendo não apenas do meu resultado, mas também do resultado do meu concorrente, e você terá uma ideia da bucha que me aguardava.

Na semana da prova fui a um ortopedista que disse existir suspeita de fratura por estresse na tíbia. Tremendo balde de água fria, não? Após essa consulta, ficava oscilando entre correr a prova mesmo assim ou deixar pra lá... 
Quando publicaram a lista de inscritos para a prova, na véspera do evento, corri pra ver se minha nêmesis constava da relação (rs) e fiquei feliz ao constatar que aquele nome não estava na lista, pois assim eu poderia deixar de correr e ainda assim garantir a 'premiação'.

Por via das dúvidas, no sábado à tarde me dirigi até o local da prova devidamente trajado e preparado para correr, afinal, imprevistos acontecem. Eis que, a 2 minutos da largada o Willian grita meu nome e faz um aceno de cabeça na direção do murinho lateral, na concentração para a largada. É... não ia ter jeito, o cara estava lá, e eu teria de correr. Mal deu tempo de digerir a ideia e soou a buzina!
Coração na boca e lá fomos nós!
Fóóóóóóóómmmmm (buzina)

Nos primeiros 300m, em paralelepípedo e bloquete, cada passo era uma pequena punhalada nas pernas... tentei acompanhar o grupinho (15/20 pessoas) que estava liderando, mas fiquei com medo de a dor piorar a ponto de eu não conseguir mais correr. Por sorte, logo em seguida começou A subida. Sim, com "a" maiúsculo. Foram aproximadamente 5km subindo sem parar, escorregando muito, andando muito, ofegando muito e vendo pouco, já que a chuva e a neblina diminuíam a visibilidade.
Como eu não sentia dor para andar, engatei a reduzida e avancei aos trancos e barrancos, sem parar pra respirar. Quando surgia um espacinho onde dava pra encaixar 3 ou 4 passos mais rápidos, eu trotava. Tentei ganhar o máximo de terreno possível durante a subida, pois sabia que na descida eu não teria condições de correr forte. Não ousei olhar para trás nenhuma vez.


Caminhe que o mundo é grande... (o tênis, ainda limpo)

Finda a aparentemente infindável subida, seguiu-se um curto e igualmente escorregadio single track e continuei forçando além do que costumo fazer e muito além do que minhas canelas gostariam. Eu tinha certeza que, chegando a descida, qualquer diferença que eu tivesse aberto durante a subida seria prontamente diminuída.

Mais neblina, uma porteira de fazenda, um pequeno atoleiro e... uma estranha sensação de vácuo. 'Silêncio ensurdecedor', visibilidade de não mais que 5m. O corredor que eu estava usando como ponto de referência simplesmente sumiu do meu campo de visão. 
E assim deu-se início a um tobogã de lama e esterco que nos levaria até os 500m finais da prova. Isso mesmo, praticamente 6km esquiando, sambando, sapateando ou qualquer outra coisa que não correndo, ladeira abaixo. 


Essa era a parte "seca" da prova

Mais ou menos nessa altura, cruzamos caminho com o pessoal do percurso curto. Festival de tombos! Uns caíam de frente, outros de lado, outros caíam sentados, e segue o jogo! rs



Consegui me segurar em pé o tempo todo, mas haja propriocepção, viu!




Novamente, tive sorte. Se a ladeira não estivesse tão escorregadia e lamacenta, a descida seria muito rápida e o impacto seria além do que eu poderia suportar.

Tá acabando!

Quilômetro final, terreno plano e pavimentado, era hora de dar o sangue, partir pro tudo ou nada, aumentar o ritmo. Acontece que eu já estava dando o sangue desde a largada. Quando a buzina soou, eu já havia partido para o tudo ou nada. E com um mês sem treinar, meu corpo (cardiorrespiratório, pernas, lombar, ombros) estava sofrendo muito para me levar onde minha cabeça queria. Tentei dar um tiro e não consegui manter o ritmo nem por 100m.
Coloquei na minha cabeça que eu estava sendo caçado e que, se eu tinha me forçado até ali, não podia jogar todo aquele esforço no lixo justo no finalzinho da prova. Comecei a encaixar uns 10 passos de "bonito" (correndo com técnica e mantendo a postura, como me ensinaram na JVM) com 5 passos de zigue-zague-acho-que-esse-cara-vai-desmaiar (como aprendi sozinho naquela hora) e assim segui até a linha de chegada, onde fui recepcionado pela staff mais simpática do mundo, com o copo d'água mais gostoso que me lembro de ter tomado!

Reencenando minha chegada, para a Lígia poder fotografar! rs

A minha parte estava feita. Agora era só esperar o cronômetro girar mais longos 120 segundos para saber se aquele lugar no ranking seria ou não meu no final do dia.
30s, e nada... 60s, não, não é ele... 90s... ufa, achei que era o cara... 120s, é isso mesmo, já deu o tempo? Vou continuar aqui... 180s... nada ainda, mas vamos esperar mais um pouco... 240s... ok acho que agora posso comemorar! \o/
Outra alegria eu senti quando meus parceiros Willian e Gustavo cruzaram a linha de chegada, quase juntos! Comemoramos bastante o término do campeonato! Nossas pernas estavam pedindo descanso há muito tempo! rs

Acabooooouuuuuuuu!!!!!!!!

Só faltava aguardar a Cris chegar sã e salva e tudo estaria certo! 

Uns 50min depois e lá estava ela, toda sorridente!
Depois disso, era só cada um se limpar como era possível (deixar a chuva fazer o serviço, usar uma mangueira ou se lavar nas poças d'água), aguardar a premiação da prova e partir pro restaurante Sabor da Serra para a cerimônia de encerramento da Copa Paulista e a premiação do ranking - muito boa, por sinal, mas isso fica pra outro post. ;-)



Evolução: 5km de subida extremamente íngreme e totalmente escorregadia, com ganho de elevação de 800m (!!!) +/- 1km de plano e/ou leve declive, +/- 500m de subida leve e 6km de descida esquiando na lama. 
Percurso  (sem altimetria) de  São Bento do Sapucaí

Que prova dura!! Só para servir de parâmetro, com mais de 3h de prova, ainda era possível ver corredores chegando (inclusive do percurso curto!!!). Não consigo nem imaginar como foi para os guerreiros do endurance, que encararam 50km naquelas condições! Sem contar quem correu os 50km e, não contente, ainda participou dos 13km/9km!
Creio que foi a prova mais dura que já corri. E com certeza a prova em que mais me superei. 
Nos primeiros 6km, fiz uma média de 10min/km! Pura caminhada!
Apesar de todas as recomendações serem no sentido de poupar energia no começo para descontar no final, tive de me adaptar à situação e às minhas características mais fortes e forçar do começo ao fim. Se não tivesse feito isso, não teria conseguido o 23º geral/ 2º na faixa etária/ 3º no ranking!


Deixar de comparecer à premiação NÃO agrega valor ao espírito esportivo. rs

terça-feira, 12 de novembro de 2013

D N S - Mountain Do Campos do Jordão

Neste sábado (09.11.13) foi disputado o Mountain Do de Campos do Jordão, com distâncias para todos os gostos (4km, 9km, 18km).

A Cris, eu e mais váááários amigos estávamos inscritos para correr os 9km, enquanto outros amigos da JVM iriam correr os 18km. Ao todo, a JVM levou 40 atletas para Campos do Jordão. A festa era garantida... não fosse a minha inseparável dor nas pernas.

Faz praticamente dois meses que venho me queixando de dores na região das tíbias - a famosa canelite - e ao invés de pegar leve, continuo me inscrevendo em tudo quanto é prova... isso, por óbvio, em nada tem ajudado a minha recuperação.

Depois da prova que disputei em Mairiporã não corri mais. Fiquei só no gelo, pomada e fortalecimento... e mesmo assim a dor não me abandona.

A Cris me disse que se fosse para eu correr o Mountain Do, a gente deveria repetir o que fizemos em Monteiro Lobato (eu estava voltando de lesão e corremos a prova inteira lado a lado, para que eu não me empolgasse e saísse desembestado pelas trilhas, certamente prejudicando minhas pernas). Mas na véspera da prova eu percebi que o melhor mesmo para a minha saúde seria não correr.

Decisão dolorida e difícil de se tomar... Mas acredito que foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado.
Com saúde não se brinca e temos apenas um corpo. De nada adianta querer correr todas as provas do calendário desse ano e arriscar não poder correr nos próximos meses - ainda mais quando tenho grandes planos para a próxima temporada.

Afinal, o que é melhor? Correr um ano a 4min/km ou a vida inteira a 6min/km? Correr mal e com dor 20 provas num intervalo de 9 meses ou correr apenas 6 provas, mas muito bem corridas? A resposta parece óbvia, mas colocar em prática não é tão fácil.

Resumindo, o final de semana foi assim: ponderei bastante e concluí que a atitude mais madura e saudável era escrever um DNS (Did Not Start) ao lado do meu nome na lista de inscritos para a prova e tentar não parecer tão azedo e frustrado por não poder correr.


(...)

Pra não dizer que minha viagem foi perdida, fiquei na reta final desde a largada até o último atleta da JVM cruzar o pórtico, fotografando a alegria de cada um deles ao concluir seu percurso.

Sobre a prova em si, vamos ver se a Cris nos presenteia com um relato mais tarde! rs


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Update: depois de publicar o post, lembrei-me desse excelente texto de um parceiro de assessoria e não tive como não o relacionar com o processo mental que culminou em minha decisão de não correr a prova: http://www.papodeesteira.com.br/blogs/queimando-a-sola/onde-voce-vai-estar-daqui-a-20-anos/

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Guia SeElaCorreEuCorro de Sobrevivência em Trail Running

Considerando a quantidade de gente experimentando correr fora do asfalto nos últimos tempos, e pensando também nos meus amigos que pretendem debutar nesse campo nos próximos meses, pensei em escrever aqui algumas dicas e observações para evitar que eles cometam alguns equívocos ou deixem de aproveitar tudo o que a corrida em meio à natureza tem a oferecer.

Encarem isso como um bate papo despretensioso, afinal, quem sou para querer ditar regras e verdades absolutas, ou dar dicas de expert? Sou um amador, como vocês.

Então, aí estão algumas convenções sociais e regras de convivência que tenho observado ao longo desses anos correndo em trilhas e montanhas:


Trail Running for Dummies - e uma referência para nós rs
- Sempre que possível, utilize calçado adequado para a prática de corrida fora do asfalto, pelos motivos que elenquei em um texto anterior (resumo: proteção e tração);

- Dê passagem. É muito comum encontrar pessoas que acabaram de sair do asfalto (onde você corre sozinho apesar de cercado por milhares de pessoas) e ainda não perceberam que no meio da trilha não é a filosofia do cada um por si que reina, mas a solidariedade. O espaço é curto e há obstáculos por todos os lados, se a pessoa que vem atrás de você tem um rendimento melhor, abra um espaço quando conseguir e deixe-a passar. Não vai ser essa pausa de 1,2s que vai mudar seu tempo final.
Não seja um "empata-fila"! Surgindo uma oportunidade, dê passagem!
Ainda no assunto do "dê passagem", evite utilizar fones de ouvido, ou, caso uma musiquinha seja essencial pra você na corrida, tente utilizar em um só ouvido e em volume baixo. Você deve ser capaz de ouvir os passos de outro corredor vindo atrás de você na trilha (pense na trilha como um corredor de motoboys entre os carros, mas ao invés de buzinar e chutar seu retrovisor, o corredor que vem atrás vai fazer barulho no mato, depois vai começar a pisar duro, tossir, fungar no seu cangote e eventualmente gritar "pista! prestenção ôh"). Além disso, é importante ficar esperto nos avisos de quem está à sua frente (cuidado com o buraco aqui! olha a pedra solta! se liga no cipó! ONÇAAAAAA!!!!). Enfim, a música alta vai tirar sua atenção de detalhes importantes e pode prejudicar você e os demais.

Não. 
- (Update Julho 2017). Ainda no assunto "música", com a popularização das caixinhas de som com conexão por bluetooth surgiu a necessidade de editar esse texto para incluir o seguinte conselho: não seja o DJ Trilheiro! Tirando você, o dollynho, e mais um ou outro amigo seu, 99,97% da turma que está na trilha não quer ouvir as suas músicas. De fato, a grande maioria está no mato justamente para curtir a paz, o silêncio e os sons da natureza. Não obrigue os demais a ouvirem Raça Negra, MC Quaquécoisa ou Slayer só porque esse é o tipo de música que você mais gosta.

Tuts-tuts-tu-tu-tuts

Não seja essa pessoa
- Pode conversar. Depois de correr 40 minutos sem encontrar viva alma no caminho, quando você finalmente encontra alguém e essa pessoa corre num ritmo parecido com o seu, troque uma ideia! (rs) Vale qualquer coisa, até mesmo aqueles assuntos de elevador (quente, hein? daqui a pouco chove... você também correu aquela prova x?). Além de ajudar a distrair a mente enquanto encara aquele paredão interminável, você ainda pode fazer novas amizades! Win-win situation! rs
Conversando um pouco pra esquecer a dor no joelho

- Solidariedade. Sempre. Seja cedendo a passagem, seja ajudando alguém a pular uma vala ou escalar uma pedra, seja perguntando se a pessoa está bem, ou oferecendo água/gel pra alguém que está passando mal, dando apoio para alguém que acabou de se estabacar à sua frente... acredite, quando você estiver exausto, no meio do mato, uma palavra amiga e um gesto de solidariedade valem ouro.

- Não deixe vestígios. Você não está correndo ali no meio do mato porque acha bela e imponente a natureza? Então deixe-a como você a encontrou. Eu fico f#dido quando vejo gente jogando a embalagem do gel pelo caminho (e tem gente que guarda o sachê, mas joga a "tampinha" na trilha). P#%r@! O que é que custa deixar essa embalagem no bolso da sua roupa, criatura? Ocupa espaço? Qual é, né, um pouco de tato, galera!

- Não tenha medo de se sujar ou molhar o pé. Se está com nojinho, nem vá! (rs) Admita desde o começo que todo e qualquer perrengue que surja no caminho faz parte da experiência e será mais uma história pra contar para os amigos mais tarde. Claro que existem casos e casos mas, de uma forma geral, pise nas poças, salte sobre os troncos, esquie no esterco, rompa as teias de aranha com a cara e continue sentando a bota! Nada pior do que você estar na vula atrás de alguém no single track e a pessoa dar uma freada brusca para não molhar o pé numa nascente...restando ainda 1km de prova dentro de um rio!!! rsrs

Cris mostrando como se faz!
- Já que o assunto é onde colocar o pé, olhe por onde pisa (foco adiante)! A própria essência do trail running é correr em terreno irregular. Em 100m de percurso você pode passar por cascalho, erosões, asfalto esburacado, barro escorregadio e sei lá mais o quê. Então planeje antes onde seu pé vai pousar. Corra olhando alguns passos à frente e já vá calculando onde pisar. Isso pode evitar alguns tombos e torções.

- Importante pra quem acaba de sair do asfalto: deixe o pace sub-qualquer-coisa em casa. É o percurso que determina o seu ritmo, não o seu RP nos 10km no asfalto. Você VAI ter que parar pra andar em alguma parte do percurso, então ande sem culpa. No asfalto as pessoas podem te olhar torto se você parar pra caminhar por alguns segundos. No trail a regra é outra: corra quando conseguir, ande ou rasteje pelo resto do tempo! O importante é chegar ao destino! rs

(UPDATE Dez.2015) - depois de me perder algumas vezes, achei interessante voltar aqui no texto para dar esse aviso que é útil mesmo para os "macaco-véio" . Mantenha o olho nas marcações do percurso SEMPRE. Às vezes a gente se distrai apreciando a paisagem ou prestando atenção apenas nos competidores à nossa frente e, quando vai ver, lá está mais um garoto perdido! rs
Caso venha a se perder, sem stress! Volte os passos até encontrar uma marcação e então continue o caminho (não vai cair na burrada de seguir em frente e tentar adivinhar onde está a trilha!).

(UPDATE Dez.2015) - Sempre que possível, procure ser autossuficiente nas provas. Evite contar com a água e comida disponibilizadas pela organização. Imprevistos acontecem (às vezes com tanta frequência que deixam de ser imprevistos) e há uma grande chance de você encontrar um posto de apoio desabastecido. Além disso, ainda que o mapa do percurso diga que haverá um posto de apoio a cada 3km, você nunca sabe dizer quanto tempo levará para cobrir essa distância (dependendo do terreno e inclinação, 1km pode levar mais de 20 minutos para ser superado). O mesmo vale para treinos em locais remotos. Deixar de carregar água e comida pode colocar em risco não só você, mas todo o grupo (que terá de carregar seu corpo inerte trilha afora). Então carregue uma handheld, vista uma pochete ou coloque uma mochila e seja feliz!

"Já posso correr, Gabriel?"
(UPDATE Dez.2015) - Com base em excelentes sugestões deixadas nos comentários, volto aqui para deixar mais uma dica: estejam preparados e protegidos! Preparados para quê? Para tudo! rs
Eu sou suspeito para falar, já que sofro da Síndrome de Inspetor Bugiganga, mas é interessante contar com proteção contra o sol (boné/buff/protetor solar), proteção para os olhos (quantas vezes já não levei galhada na cara e fui salvo pelos óculos escuros!), para as mãos (luvas caem muito bem quando você precisa usar cordas para descer um barranco rapidamente e também protegem de galhos com espinhos), kit de primeiros socorros, e por aí vai. Cada tipo de prova/treino irá determinar o tipo de proteção mais urgente.


Exageros à parte, é melhor ter e não precisar usar do que precisar e não ter (tipo seguro de carro! rs) -  by The Oatmeal
- E aí entra a questão de estar preparado: ao escolher uma prova, procure se informar sobre as edições anteriores, veja o tempo de conclusão dos participantes daquela edição, leia relatos sobre aquela prova para ver quais pontos são os mais sensíveis e difíceis e avalie quais serão as medidas que você deverá tomar para superar essas dificuldades.

Tenha em mente que na imensa maioria das provas em trilha desistir não é uma opção. Você pode até desistir de competir, mas ainda assim será forçado a concluir a distância, já que não tem como chamar um táxi/uber ou pegar um busão do topo da montanha até a linha de chegada. Saber isso e estar preparado física e psicologicamente para essas situações é o que determina se você irá se divertir ou achar a experiência um porre.

- Acima de tudo, DIVIRTA-SE! Já que você está pagando voluntariamente por esse sofrimento saudável, o mínimo que você pode fazer é se divertir!

De cabeça, acho que as principais dicas são essas. Sinta-se à vontade para acrescentar novas regras e dicas nos comentários! Isso aqui é um bate papo!


A gente se tromba nas trilhas! ;-)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Se ela corre: Simulado do percurso da corrida de todo Santo dia 31/Dezembro

No feriado de 12/outubro estava marcado o simulado do percurso oficial da SS, alguns amigos da JVM estavam comentando que iriam, mas eu, sinceramente, já estava declinando ao primeiro convite.
Na sexta feira cheguei tarde do trabalho, cansada, só queria comer algo, banho e cama. O Gabriel já havia dito que não iria treinar no sábado porque estava com dor na canela e, como a Bertioga-Maresias seria no sábado seguinte, achou melhor poupar esforço e evitar uma lesão que, com certeza comprometeria o rendimento do seu trecho no revezamento. Apesar de termos ido deitar tarde, deixei a roupa de treino e a camiseta vermelha separados!

O celular despertou às 6h15 e levantei logo, afinal o Gabriel iria fazer day off e eu acabaria nem treinando...

Vesti a roupa separada na noite anterior, calcei meu tênis mais confortável, meu xodó Asics Nimbus 13, comi um lanchinho leve e rápido, separei os dois litros de leite que o organizador do simulado, Eder, pede pra cada participante, dei o habitual beijinho de tchau no Gabriel e subi pra Paulista a pé. 

No caminho, descobri que uma amiga que tinha me confirmado sua presença com o marido não iria mais
, mas como eu já estava na rua, acabei indo mesmo assim.
Cheguei meio tímida, falei um bom dia coletivo pra umas doze pessoas que já estavam por ali e entreguei os leites pra uma pessoa que estava organizando a doação em caixas.


Não conhecia ninguém, mas puxei um “Você já fez esse simulado antes?”, “Costuma aparecer muita gente?” Como eu estava vestindo uma camiseta da prova de montanha de Rio Grande da Serra, então uma das pessoas soltou um “Pela sua camiseta a gente já sabe qual o seu perfil!” e o clima já ficou um pouco mais descontraído!

Pouco depois, chegou a Rinara, irmã de uma amiga da JVM que eu já conhecia, então acabei me sentindo um pouco mais à vontade. Coincidentemente nem eu e nem ela tínhamos a intenção de ir ao simulado, mas ela acabou acordando cedo como eu e decidiu ir!


Após alguns minutos foi chegando mais gente. Em seguida, sob o vão do MASP, todos em um grande círculo, começou o alongamento geral liderado por um dos organizadores. Estima-se que havia umas 45 pessoas.




Após os alongamentos e breve aquecimento, finalmente, a “largada”!!



Fizemos o percurso todo juntas. Ainda na Rua Major Natanael o grupo começou a se dispersar, os mais rápidos foram desaparecendo à nossa frente, mas ainda tinha alguns gatos pingados atrás de nós, mas fomos de boa, sem pressa.




Na Av. Duque de Caxias fizemos um trechinho seguindo algumas moças, e, como não tínhamos levado a “cola” do percurso, demos uma erradinha, mas nada que fizesse diferença no percurso total.
Ao descer o Viaduto Dona Paulina, de onde já se via a Brigadeiro, a Rinara quis comprar água na loja de conveniência de um posto de combustível. Como eu sempre levo minha hidratação, ainda tinha o suficiente até completar o percurso e sei que, nessa altura, se parar dá preguiça de continuar, ofereci minha água e a incentivei a não parar!!

No começo da Brigadeiro a subida é bem suave e, da metade pra frente, a subida se faz notar para os que estão pouco acostumados. Como em toda subida de montanha, mantive o passinho curto e movimentando bem os braços pra frente e pra trás e disse à ela para fazer o mesmo e que ajudaria bastante para não precisar andar.

Ao avistar o hipermercado, o alívio do fim da subida! Viramos à direita na Av. Paulista e foi só correr até o MASP, onde o pessoal que já tinha terminado o percurso estava se reunindo novamente.




Tiramos algumas fotos, convidei-a para juntar-se à nossa equipe feminina no revezamento Bertioga-Maresias e nos despedimos.

Resultado do Simulado: 45 pessoas, 80 litros de leite arrecadados para doação para as crianças do instituto COTIC, muitas fotos, rever amigos e fazer amigos!

Balanço final: leve dor atrás do joelho direito, um pouco de cansaço, afinal o total de 16km estava totalmente fora do planejado, mas fizemos em 1 minuto a mais do que concluí na prova oficial, em Dezembro/2012. Considerando que o tráfego estava normal, que em alguns trechos tivemos que esperar para atravessar a rua, aguardar nossa vez no sinal de pedestres, fizemos em um tempo ótimo!!

Pra quem se interessou, dias 03 e 15/Novembro tem mais Simulado da SS!!

Relato: A gente sofre, mas se diverte! CP - Etapa Cantareira

No último domingo (27.10.2013) disputamos a penúltima etapa da Copa Paulista de Corridas em Montanha. Ufa! rs


Não me leve a mal, adoro correr (não sei se já deu pra perceber), mas estruturei meu calendário de corridas muito strogonofficamente emboladamente esse ano, e esse excesso de provas em curto espaço de tempo vem cobrando seu preço (perda de rendimento, dores e inflamações no corpo e afins). Enfim, falta pouco, vamos que vamos!

A penúltima etapa da Copa Paulista, intitulada Etapa Serra da Cantareira, ocorreu em Mairiporã, com largada e chegada no Pesqueiro Vale de Santo Ari. Bem pertinho de São Paulo, fácil acesso e com excelente estrutura (geralmente é difícil encontrar banheiros impecáveis após as corridas, e eles valem ouro! Ouro!!! rsrs Parabéns ao pesqueiro!).

Chegamos com quase duas horas de antecedência (achamos que a viagem levaria mais tempo) e aproveitamos pra colocar o papo em dia com o pessoal  - é muito legal ver que a cada prova o círculo de amizades vai se expandindo.

O dia amanheceu nublado e um pouco frio - na estrada pegamos até garoa - mas um pouco antes da largada, marcada para as 9h, já dava pra sentir o tempo mudando.

Feito o briefing, foi dada a largada para o pessoal que correria o percurso curto (pouco mais de 6 km) e uns 10 minutos depois deram a largada para o pessoal do Longo (11,6km). 
A decisão da organização de separar as largadas foi justificada rapidamente: tirando algumas centenas de metros iniciais em estrada de terra, o percurso teve os primeiros 5km praticamente em single track (com bastante lama e esterco rsrs), e a largada dividida evitou o congestionamento nas trilhas! Sábia decisão!


Desde que divulgaram o percurso e a altimetria dessa prova eu já havia me convencido de que essa prova não era pra mim, já que ela tinha um perfil muito rápido e com poucas subidas, então preferi largar lá pra trás, sem pressa e aumentando o ritmo gradualmente (considerando ainda o fato de a minha velha conhecida dor nas tíbias ter marcado presença). 

Percurso e Altimetria - Copa Paulista de Corridas de Montanha Etapa Cantareira
Como o celular não funcionava ali, corri só com o cronômetro, e no 5ºkm vi que não estava correndo tão soltinho quanto eu imaginava: passei a placa de 5km com 23:15!! Do 5º pro 6ºkm tentei me segurar um pouco pois sabia que em breve ia começar um aclive de 2km com ganho de 200m de elevação.
Disseram que o percurso longo teria 4km margeando o rio Juqueri. Só acreditei agora que vi essa foto! Durante a prova eu nem consegui olhar pro lado...rs
A essa altura, o calor já estava insuportável! A todo momento eu pensava "se tiver que cruzar um riacho aqui eu mergulho a cabeça"... mas nada de riacho... Não queria jogar a água da minha garrafa na cabeça porque acabei levando pouca água para essa prova, e não queria ter de parar pra reabastecer no posto de hidratação (existente apenas no 8ºkm).

 


Quando a subida começou pra valer, em meio à mata fechada, minhas pernas já quase não me obedeciam... acho que meu corpo estava se rebelando contra a minha falta de noção de querer correr com dor, leve ressaca, estômago ruim e naquele calor absurdo. 
Que eu me lembre, essa foi a primeira vez que eu perguntei a mim mesmo "o que é que estou fazendo aqui?!" durante uma prova.

Finalizada a subida era hora de descer de novo, mas nem isso me aliviava, já que não me sentia confortável em sentar a bota nas descidas por causa das dores nas canelas...


Falta pouco, já posso ver o final da subida!

Olha a descida ali! Saiam da frente!!!
Faltando mais ou menos 1km para a chegada, saímos de uma estradinha e pegamos nova subida - dessa vez curta - em meio à mata. Normalmente, quando chega essa hora, eu tenho alguma energia sobrando e ataco a subida sem dó para acabar o percurso logo, mas não foi assim dessa vez. Parei para andar em diversas ocasiões...
Ainda não descobri porque resolvo piscar pras câmeras... parece que estou tendo um pequeno AVC! rsrs

Finalmente surgiu a placa dos 11km, seguida de 600m de descidas íngremes em bloquete. Tentei aumentar um pouquinho o ritmo, mas as canelas chiaram e resolvi escutá-las.

Cruzei a linha de chegada com 1h08:39 e só queria saber de me hidratar logo e resfriar um pouco o corpo!

O percurso não estava lá muito técnico, era muito rápido e o calor estava castigando bastante. Torci o mesmo pé umas 3 vezes seguidas e as canelas queimavam, é... não era o meu dia! rs

Normalmente eu espero a Cris cruzar o pórtico de chegada, mas dessa vez eu estava tão entretido no bate papo com os amigos no "departamento médico" (um espacinho na grama onde ficamos jogados fazendo crioterapia, tomando sol e reclamando do calor, do percurso rápido e das dores) que nem a vi chegar - ela concluiu a prova em 1h32:22.


Grupo completo, agora era só papear e esperar a divulgação dos resultados!

Saldo do domingo: fortalecimento das amizades; promessas de projetos futuros; 11,6km de divertido sofrimento; calorias do churrasco de sábado devidamente queimadas; dores e mais dores... e vontade de repetir tudo isso na próxima oportunidade que surgir!
Além do troféu, levei pra casa uma mudinha de palmito juçara!