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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Relato: Light, sim. Fácil, não! - O Rei da Montanha, Taiaçupeba

Agora que a fase zen passou, voltemos aos relatos de provas!

Enquanto aguardava a Cris concluir a prova de Atibaia, conversei com um companheiro das montanhas e disse a ele que em setembro eu não iria me inscrever em nenhuma prova, já que estava correndo muitas provas seguidas e em curtos intervalos de tempo, e queria usar o mês de setembro só para treinar, recuperar e fortalecer o corpo.
Em cinco minutos (ou menos!) ele me convenceu a fazer a inscrição pra Etapa de Campos do Jordão da Copa Paulista...
Dois dias depois, ficamos sabendo que a JVM em peso iria correr O Rei da Montanha, em Taiaçupeba, Mogi das Cruzes (abre parênteses: desde que começamos a treinar com a JVM não conseguimos sincronizar nossas agendas de corrida uma só vez! Nunca conseguimos correr provas com o grupo reunido... e aí estava a oportunidade!). Resumindo, em menos de uma semana fui de "esse mês vou me poupar e não vou correr" para " Uhull! duas provas no espaço de uma semana! Yeahhhh"!

Como o foco estava na prova da Copa Paulista, dali a uma semana, optamos por correr o percurso curto do Rei da Montanha (7km).

A fama da prova era que, dentre as corridas de montanha, esta seria uma das opções mais light (menos técnica), e assim diversos amigos da JVM foram convencidos a trocar o asfalto pelo barro pela primeira vez.

Grupo reunido, aquecimento feito, hora de alinhar sob o pórtico de largada (leia-se "hora de se espremer na muvuca e esperar a buzina"), dividir os últimos conselhos com os estreantes nas corridas off road e trocar os votos de boa prova (além, é claro, da minha tradicional "bitoca de boa prova" na Cris! rs).

Dada a largada, tentei achar um espacinho em meio à massa de corredores pra deixar logo a muvuca para trás. Tarefa difícil, já que a largada era em paralelepípedo (molhado) e com muita gente (aproximadamente 760 atletas, entre os que correriam 7, 14 e 21km).

Tirando esses primeiros metros (300?) em paralelepípedo, o resto do percurso foi em estrada de terra, onde era possível correr com mais segurança, sem patinar tanto.

Como meu celular não funcionava ali e o aplicativo do GPS não adiantaria nada, corri só com o cronômetro - o que acabou sendo uma boa estratégia, considerando que meu objetivo era apenas concluir a prova e confraternizar com a equipe, assim não ficava noiado no pace de cada km!

A prova me surpreendeu. Considerando os relatos da etapa anterior (em Sabaúna), esperava que a prova fosse um pouco mais rápida do que estou acostumado, mas não esperava que fosse tanto assim!
Como o percurso inteiro era em estrada de terra, era possível correr todo o tempo - apesar do constante sobe e desce.

Provas rápidas não são muito a minha cara! rs
Prefiro provas com perfil mais endurance (se é que podemos chamar de endurance provas com até 15km rs), isto é, prefiro provas onde a resistência e a perseverança valham mais que a velocidade pura e simples.

Em todo caso, foi bom variar um pouco e descobrir que eu consigo fazer uma prova inteira de "montanha- russa" sem parar para andar ('zerar' o percurso)! Fechei os 7km em 36:16 (pace médio de 5:10). A Cris concluiu em 49:31 (7:04 min/km).


Aos poucos os demais integrantes da equipe foram chegando (alguns dos 7km, outros dos 14km e 21km) e trocando impressões sobre a prova. Para os recém-montanheiros (Carla, Álvaro, Rinara, Renato...), a opinião era quase um consenso: paixão à primeira corrida! Parabéns, guerreiros, sejam bem-vindos ao clube! Será um prazer dividir a trilha com vocês novamente!


Dá pra entender o sucesso dessa prova (digo sucesso pois não é todo dia que a gente vê mais de 500 pessoas numa prova de montanha). O preço da inscrição é justo e o pós prova impecável: suco natural, farta mesa de frutas, picolés, água...

O Rei da Montanha é um bom teste pra quem quer começar no mundo das provas fora de asfalto, uma vez que dá um gostinho da sensação de correr cercado de verde e com variações de altimetria maiores que nas provas de rua, mas sem as trilhas técnicas e em mata fechada, erosões, escalaminhada usando raízes e cipós como apoio, lamaçais, travessia de riachos, desnível acumulado absurdo ou outras coisas comuns em provas de montanha "verdadeiras" que poderiam assustar ou traumatizar os iniciantes.
Por esse motivo, na minha cabeça, a prova é mais Rei do Cross Country do que Rei da Montanha (rsrs), o que não tira o mérito dessa excelente prova!

Como o percurso não era nada técnico, qualquer calçado dava conta do recado... tá, chinelo também é exagero!

Pra finalizar, o professor levou pra casa mais uma coroa (2º lugar nos 14km!), inspirando ainda mais seus alunos montanheiros! Parabéns, Virgínio!!!



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Correr pelo prazer de correr

Há tempos não sentia o que senti nesse último treino.
Uma sensação diferente do sentimento de dever cumprido ou de conquista - que normalmente acompanha o término de um treino ou uma prova. Algo mais puxado para a sensação de paz e alegria sem propósito.

O treino desse domingo foi rodagem livre e despretensiosa. Sem neuras, sem pace fixo ou pré-determinado, sem meta a bater.
Fazia tempo que não corria livre assim.

Não é que eu não goste de baixar meu tempo, de concluir uma prova difícil, de correr distâncias até então inéditas ou de subir ao pódio da catagoria! Eu gosto sim, e muito! rs
Mas descobri - ou melhor, redescobri - que correr pelo simples prazer de correr é muito gostoso e libertador!

A bem da verdade, a planilha marcava day off para esse domingo, mas o dia estava tão bonito que seria um desperdício deixá-lo passar em branco.

Pois bem, ao invés de irmos até um local x para começarmos o treino, Cris e eu resolvemos correr desde a porta da casa dos meus pais até onde "desse na telha". Eu até tinha um roteiro em mente, mas ele não precisaria ser necessariamente seguido.

E assim fomos. Corremos de casa até a portaria do condomínio, de lá para a portaria de outro condomínio, voltamos, pegamos uma estrada intermunicipal e seguimos até a divisa do município, sempre alternando longas subidas e descidas. Ali, paramos para algumas fotos e voltamos pra casa. Fomos o caminho todo apreciando a paisagem, aproveitando o ar puro e o lindo dia, sem olhar para o relógio e sem ouvir o que o aplicativo do celular dizia a cada km, dando tiro na subida/descida ou reduzindo o ritmo quando a vontade batia. Acho que finalmente entendi o que o mestre quis dizer com "alegria nas pernas". Neste domingo, senti essa alegria.





A última vez que me lembro de ter sentido isso foi nas férias de janeiro, quando saí pra dar um trotezinho inocente em Strasbourg, na França, e encontrei placas indicando a fronteira com a Alemanha não muito longe dali. Segui correndo e navegando pelas placas de trânsito, tirando foto de tudo e de todos (eram poucos os acordados e na rua naquela manhã de inverno). Cheguei até a Alemanha, sentei num restaurante para uma cerveja e um strudel (acho que ninguém ali entendeu a combinação rs), corri por duas praças/parques da cidade e voltei trotando para a França. Não fosse a corrida, não teria visitado a Alemanha! rs


















Trajeto percorrido no meu trote transnacional rs


Aliar corrida e turismo/passeio é juntar a fome com a vontade de comer! Altamente recomendável e inspirador!

Na próxima vez que sair para rodar, experimente deixar o relógio em casa e deixar que suas pernas mostrem o caminho, sem um roteiro ou destino fixo e sem horário para chegar lá. Acredito que você vai gostar!