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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Relato: Ultra Trail Challenge Pedra Grande 58km

Ocasiões especiais merecem comemorações especiais. Por essa razão, estou aqui tirando as teias de aranha desse blog (lembram da época que blogueiro era quem escrevia blog e não quem fazia dancinha no tiktok e publipost de recebidos no instagram?) para celebrar e relatar minha experiência na Ultra Trail Challenge da Pedra Grande Trail Runners.


Senta que lá vem história.


Por falar em teias de aranha... quem lembra dessa?

Comecemos do começo. 

Após correr os 80km da La Mision em 2018, entrei num estado de desmotivação absurdo. Foram vários fatores que me levaram a esse estado de apatia trail e ele, por sua vez, me fez diminuir drasticamente o volume de treinos. Nisso eu perdi capacidade de correr longas distâncias e perdi a própria vontade de voltar a me dedicar a treinar de forma frequente - até mesmo para curtas distâncias.

Quando estava finalmente passando dessa fase, veio a pandemia e eu me tranquei no apartamento por pelo menos 7 meses, sem nenhum tipo de exercício físico. 

Depois desse intervalo quarentenado, resolvemos voltar a treinar em trilhas para dar uma arejada na cabeça mas, logo no nosso segundo treino, a Cris lesionou o tornozelo e voltamos para nossa toca por mais um longo inverno.

Paralelamente, graças a todo esse tempo em casa, reavaliamos nossas prioridades e, sempre que surgia a oportunidade de escapar de SP no final de semana, passamos a optar por ir para algum local em que pudéssemos levar nossas cachorras. Logo, treinos ou mesmo passeios de alta quilometragem deixaram de fazer sentido. Era (e ainda é) muito mais gostoso fazer um trekking de 5km com minhas meninas do que correr 20 ou 30km sozinho.




Pois bem. Lá pra novembro do ano passado um grande amigo disse que não poderia correr a Ultra Trail Challenge Pedra Grande e me presenteou com a inscrição dele. Na ocasião, ambos pensamos que seria uma boa oportunidade para eu voltar a me motivar a treinar com regularidade e voltar a correr longas distâncias. E de novembro até o fim de maio tinha bastante tempo, então, por que não?

O tempo passou ("e eu sofri calado, não deu pra tirar ela do pensamento, eu ia dizer que estava apaixonado...") e nada da motivação aparecer. Resumindo, de janeiro até a data da prova, eu rodei 441km entre trotes e trekkings curtos com as cachorras, sendo que os treinos efetivamente corridos foram feitos quase que exclusivamente no asfalto (a exceção foi a Itapeti Trail Pico do Urubu, onde corri 21km, em março, como parte da preparação). Ou seja, com uma média de mais ou menos 21km/semana e virtualmente sem treinos técnicos, era uma grande loucura tentar correr os 58km com 3 mil de desnível positivo da UTC.

Mesmo assim, dia 28/05/2022, às 3h da manhã, lá estava eu tomando café e me preparando para pegar a estrada com destino à Atibaia, onde largaria às 6h00 para a minha primeira ultra em 4 anos e para a prova longa para a qual eu menos treinei na vida. rs

Apesar de saber que meu treino estava muito aquém do necessário para encarar a pedreira que seria essa prova, eu não estava nem um pouco nervoso ou ansioso, o que foi ótimo.

5h50, dei meu selinho na Cris (que dessa vez iria ficar na arena me esperando, ao invés de correr), me despedi das cachorras e fui alinhar no pórtico de largada, com a headlamp na cabeça, pois ainda estava bem escuro.

6h e lá fomos nós, rumo à escuridão. Em menos 1km entramos na trilha e em mais ou menos 20 minutos o dia começou a clarear, justamente quando comecei a passar pelos primeiros trechos técnicos do percurso (inclusive passando em trechos inéditos para mim - e olha que treino na região há pelo menos 7 ou 8 anos).

A cidade acordando e o chicote estalando

Íngreme?

Apesar de ter largado no pelotão do meio e de forma bem tranquila, quando cheguei ao primeiro PC (km 13?)  fiquei surpreso ao encontrar o Arthur e o Teté do Trail Beer se abastecendo. Os bichos são galáticos! Treinam e correm demais - e, certamente, muito mais do que eu nos últimos 2 anos - então isso só poderia significar uma coisa: eu estava fazendo m#rda e queimando o cartucho cedo demais! rs

Tomei um isotônico, meti duas paçoquinhas na boca e segui adiante. Meia hora depois atingi o cume da Pedra Grande e mandei uma mensagem para a Cris informando que eu estava com 19km de prova, em 3h07 e que estava bem. 





Descendo um pequeno trecho da estrada encontrei o 2º PC e tive a alegria de encontrar o Arthur Vianna, organizador da prova e grande amigo. Dei-lhe um abraço, cumprimentei também os queridos Márcio e Raquel que estavam de staff naquele ponto, tomei mais um isotônico e entrei novamente na trilha. Quando o percurso começou a descer (e era uma descida deliciosa), as pernas começaram a dar sinais de fadiga... e olha que eu ainda estava no primeiro terço da prova!

Eu já esperava que isso iria ocorrer mais cedo ou mais tarde, considerando minha falta de treinos específicos, mas estava torcendo para que fosse só mais tarde mesmo. rs

Lá pelo km 25 as rodinhas caíram. Era um trecho bastante corrível, mas as pernas estavam moídas e a cabeça começou a entrar em espiral ("você sabe que não tinha nada que estar fazendo aqui né? Poderia muito bem ter alterado a inscrição pra 35km e ainda assim seria um desafio e tanto. Você mordeu mais que consegue mastigar... vai acabar se machucando de tonto...").

Chegando à Pedra do Coração, fui ultrapassado pela Bete Prado (que concluiu a prova em primeiro lugar na categoria feminina), o que mostra, mais uma vez, que eu tinha feito cag@da e tinha forçado mais do que devia (inclusive enviei outra mensagem para a Cris nesse momento, quando o relógio marcava 10h30 da manhã: "28.5. Pedra do Coração. Morrendo").  

Mas agora era tarde demais pra remediar isso e, como eu não estava machucado, só restava uma coisa a fazer: avançar um passinho por vez por mais 30km.

Fácil não estava. Gostoso também não. Mas o dia estava bonito, o percurso era lindo, eu sabia que a Cris e as minhas cachorras estavam me esperando na arena e a única forma de chegar lá seria avançando.

Depois que a Bete me passou, fiquei um bom tempo sozinho no percurso, dando ainda mais chance pra cabeça pensar em coisas ruins. De repente comecei a ouvir o ruído de bastões batendo no chão de forma ritmada. Logo na sequência o Thiago (da Guerreiros Trail) me alcançou. O cara é um verdadeiro trator nas subidas. Dá gosto de ver!

Começamos a conversar e percebemos que, como os dois estavam meio fritos, a companhia era muito bem-vinda e benéfica. Fomos juntos, intercalando trote e caminhada, por mais de 10km, sonhando com o PC 3 e com a possibilidade de comprar uma coca cola gelada (já que, segundo o manual do atleta, esse PC estaria montado dentro de uma cervejaria). 

Até aquela altura, o percurso estava impecavelmente demarcado. Só que no km 43 era para entrarmos num singletrack/downhill de bike que nos levaria ao PC, e esse single nunca apareceu.

A estrada continuava demarcada, então seguimos em frente.

A vontade de chegar logo ao PC aumentou, ganhei uma segunda dose de ânimo e comecei a correr "de verdade" naquela estrada, mesmo sem saber se estava no percurso correto ou se tinha pego o percurso dos 85km sem perceber.

Recebi uma mensagem da Cris quando eu estava no km 48 dizendo para eu tomar cuidado para não entrar no percurso dos 85km, pois alguém havia sabotado as marcações  - e pouco depois encontrei mais uma vez com o Arthur, que confirmou que a marcação havia sido sabotada (lamentável que em pleno 2022 ainda tenha gente mal intencionada que se dê ao trabalho de sair de sua casa só para atrapalhar a vida dos outros). Ele me explicou que caminho fazer até o próximo PC e como ir do PC à chegada enquanto ele remarcava essa rota alternativa. 

Joguei o nome da cervejaria (Bira Beer) no Google Maps e segui adiante, mas não dá pra negar que o desânimo bateu novamente, dando chance para as dores me lembrarem que elas estavam ali. Nesse ponto, em que eu já não conseguia mais correr, encontrei o Richard, que estava concluindo os 85km e seguimos juntos até o PC. 

Subindo a rampa de acesso da estrada ao PC, acompanhado de uma staff, vi uma pessoa com um copão de cerveja na mão (era o Bira, dono da cervejaria). Meus olhos brilharam, a boca salivou, o coração ficou quentinho e o ânimo voltou com tudo!

Tomei um isotônico só pra lavar a boca e pedi uma APA ao Bira. Sentei para tomar minha cerveja com calma, curtindo o momento. Melhor PC da minha vida esportiva! kkkk


Faltando ~5km a gente faz o quê? Para pra tomar uma APA com calma, claro!
(os pés tortos mostram que, mesmo sentado, as bolhas estavam incomodando bastante)

Nem dava vontade de sair... quase falei pra Cris ir até a cervejaria pra gente ficar por lá mesmo aproveitando o dia. Mas agora faltava tão pouco - e eu estava reidratado e reanimado, então por que não continuar? rs

Levantei, paguei a cerveja, falei ao Bira que voltaria (e cumpri a promessa no dia seguinte! rs) e botei o pé na estrada outra vez. 

Meia hora depois estava cruzando a linha de chegada, encontrando a Cris, minhas meninas, o Victor (que também estava na função "apoio de atleta" e fazendo companhia para a Cris desde às 6h) e revendo muita gente querida na arena - essa é, certamente, a melhor parte do retorno às provas. 

Cansado? Sim. Feliz? Também!

Foram 9h15 de paisagens incríveis, amigos, dores, desconfortos, euforia, alegria, altos e baixos (em todos os sentidos), como é comum numa prova longa. Resumindo, foi perfeito!

Ainda mais perfeito foi que, tirando as bolhas nos dois pés (natural, já que a pele do meu pé está "fina" pela falta de treinos longos), eu terminei a prova me sentindo muito bem e apenas com dores musculares moderadas! Sucesso absoluto! rsrs

Bom, era isso que eu tinha pra contar. Espero que a rinite alérgica não tenha atacado depois de vocês entrarem nesse blog velho e abandonado às traças! rs

A gente se tromba nas trilhas! ;-)




segunda-feira, 9 de março de 2020

Relato: Ladeiras da Penha Etapa Mairporã

Quando eu disse no último relato que correr o Desafio de Revezamento Mutukas despertou em nós o desejo de voltar a treinar e voltar a correr provas, eu não estava brincando.

De fato, mal chegamos em casa depois do revezamento e já fizemos nossa inscrição para a Ladeiras da Penha - Etapa Mairiporã, dali a 3 semanas.

Levou tanto tempo pra voltarmos a sentir essa vontade que não poderíamos correr o risco de deixar essa chama se apagar, então não perdemos tempo e fizemos nossas inscrições.

Com as inscrições feitas, a motivação para voltar a treinar meio que veio no pacote e, de repente, a gente se viu animado pra treinar mesmo de segunda ou de sexta-feira (dias que costumamos tirar pra descansar), e embaixo de chuva. Que saudades estávamos de ter esse comprometimento pessoal e essa motivação!

Com relação à escolha de nossa próxima prova, bom, ao chegarmos em casa eu abri o calendário da AdventureMag e vi que a Ladeiras cairia bem na janela que a gente tinha. E como já fazia bastante tempo que ouvíamos amigos comentando sobre as provas dessa organização, resolvemos matar a curiosidade. Claro que o fato do valor da inscrição ser extremamente competitivo também chamou a nossa atenção e tornou a decisão mais fácil, né!

Inscrições feitas, kits retirados, lá fomos nós para Mairiporã para ver quanto de evolução seria possível em 3 semanas de treinos leves (com um tal de carnaval pegando quase metade do período treino 😂).

Logo de cara a primeira impressão que tivemos era a de que estávamos correndo uma prova trail pela primeira vez na vida. rs
Só isso para explicar que, numa prova com 900 inscritos, a gente conhecesse só uma pessoa (Portuga)!

Ok, depois que a prova terminou, encontramos pelo menos mais umas 4 pessoas conhecidas, mas num universo tão grande de inscritos, foi bastante curioso conhecer tão pouca gente... afinal, estamos no trail há mais de 7 anos! Isso mostra o tanto que o esporte está crescendo nesses últimos tempos (e só podemos torcer para que esse crescimento seja sustentável e que, junto com o aumento no número de praticantes, aumente a consciência de que é preciso preservar as trilhas #lixonolixo).

Enfim, a prova contava com 3 distâncias (7, 14 e 21km). Aguardamos a largada dos 21km e alguns minutos depois alinhamos para a nossa largada. Desejei boa prova para a Cris e, ao fim da contagem regressiva, parti para a minha prova (muita gente acha que corremos juntos, mas a verdade é que apenas largamos juntos e depois cada um faz sua prova).

Parti receoso, pois a Cris havia manifestado um pouco de fraqueza logo antes da largada (talvez por conta da alimentação não muito regrada no dia anterior ou por conta do pouco tempo de sono), e parti sem pressa, sendo ultrapassado por bastante gente nesse início da prova.

Saímos do Clube de Campo de Mairiporã e seguimos por vias pavimentadas por mais ou menos 2km até a entrada da primeira trilha - a Trilha da Saracura. Nesse paredão, subindo sem refresco por aproximadamente 2km, com mais de 300m de ganho, eu aproveitei para apertar um pouco o passo e consegui ganhar muitas posições. Infelizmente, logo na sequência voltamos para o estradão e, ali, eu não tinha vantagem nenhuma. Na estrada eu não rendia nada e, de todo modo, tinha feito só 4km dos 14km do percurso, então não adiantava forçar a barra tão cedo. Segui trotando nessa área residencial e notei o percurso estava muito bem marcado, com fitas zebradas e setas de cal no chão e bombeiros em pontos chave.

Após um trecho na estrada de terra, na altura do 6º km, havia uma placa grande sinalizando que o percurso deveria abandonar a estrada e descer por um "pasto". As fitas zebradas também não deixavam dúvidas disso. Não havia uma trilha batida no morro, mas a cada poucos metros havia uma fita zebrada amarrada na vegetação, logo, bastava descer por ali em meio à vegetação mesmo.

Ao fim do morro, voltamos para a estrada, às margens da Fernão Dias, onde havia uma staff anotando os números de todos os corredores que passavam por ali.
Aproximadamente 1km depois, novamente numa área residencial, reparei em uns 3 corredores vindos de uma rua aleatória e entrando na mesma via em que eu estava. No momento não reparei no número de peito (para cada distância havia uma cor diferente no número de peito) e cheguei a pensar que esses corredores estavam correndo em outra distância ou tivessem saído do percurso para ir ao banheiro ou para comprar água e estavam apenas voltando para o percurso correto... até porque, havia uma staff ali e o chão estava marcado com cal indicando que aquela rua não fazia parte do percurso oficial dos 14km.

Segui correndo pela estrada e reparei que comecei a ultrapassar corredores que, visivelmente, "não deveriam estar na minha frente". Pela força que eu fiz pra subir aquela trilha e pelo ritmo que eu vinha correndo nas estradas (embora não fosse nada alucinante), não fazia sentido que eu estivesse ultrapassando agora atletas que intercalavam trote e caminhada na estrada relativamente plana, por exemplo. Fora isso, desde a saída da Saracura que os corredores estavam bastante espaçados na minha frente e, de repente, ao sairmos da estrada e entrarmos na próxima trilha - a trilha do Pico do Olho D'água - fui surpreendido com uma enorme fila de corredores caminhando.

As peças se juntaram e concluí que uma boa leva de corredores errou o caminho.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Relato: Desafio Mutukas de Revezamento

Quem nos acompanha sabe que há tempos estamos numa luta interna para encontrar motivação para voltar a treinar de verdade. Ficamos mais da metade de 2019 parados e, desde que voltamos a correr, em outubro do ano passado, estamos com sérias dificuldades para retomar o ritmo e a disciplina de treino - o que é bastante ruim para quem treina por conta própria.

Bom, pode ser que eu esteja me precipitando aqui, mas me parece que esse ciclo de bode finalmente se encerrou! E o responsável por isso foi o Desafio Mutukas de Revezamento, realizado em Campos do Jordão no último domingo.

Não que a gente não tenha feito outras provas legais desde que voltamos a correr (muito pelo contrário!) mas o que acontecia era que a gente participava da prova, sofria um bocado, achava fantástico estar de volta no ambiente que a gente tanto ama, mas no fim das contas nada mudava internamente. A chama continuava fraca, a vontade de treinar também e a vontade de participar de outras provas como atleta era quase zero.

Aí veio o Desafio e, tcharan!, de repente viramos a chavinha mental!



Não saberia pontuar exatamente o que despertou essa mudança. Só sei dizer que saímos de lá animados, com vontade de voltar a treinar de verdade e com vontade de voltar a participar de provas, e é isso o que importa!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Relato do convidado - Francisco Avelino Jr. como pacer na BR135 2020

Não vou perder muito tempo com introduções.

Vocês já conhecem o Francis. Ele já apareceu em alguns relatos meus, já apareceu em alguns vídeos, e não olhe para trás agora, senão ele pode aparecer aí também! 😆

Pois bem, eu estava precisando de um ombro amigo, um par de pernas resistentes e uma cabeça pensante e bilíngue para me ajudar a ajudar uma atleta na BR135 2020 e eis que o Francis apareceu mais uma vez.

Estourem a pipoca, peguem uma bebidinha e aproveitem esse relato! Está primoroso!

Com vocês, Francisco na BR135:


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Relato - Desafio Pedra do Baú 2019

Conforme postamos em nossas redes sociais ao longo do segundo semestre, tivemos a honra e o privilégio de sermos escolhidos como embaixadores do Desafio Pedra do Baú 2019.

Ao todo foram selecionados 13 atletas - que, de alguma forma, carregam os valores e princípios da organização Mantiqueira Trail Running - para suar a camisa e representar o espírito da montanha nesse lindo evento (e, por alguma razão, nós dois estávamos nesse grupo de notáveis rs).

Para nós é sempre um grande prazer participar dos eventos da Mantiqueira Trail Running. De fato, a gente vem acompanhando o desenvolvimento da organização desde o início de sua história - e é impressionante como eles conseguem sempre evoluir e melhorar o que já era muito bom desde o princípio.

Assim, quando fomos convidados para carregar a camiseta amarelinha dos embaixadores do evento, aceitamos a responsabilidade com muita alegria, mesmo não estando em nossa melhor forma física.

Como já falei nesse blog, o ano de 2019 não foi um ano bom para nós - esportivamente falando. Ainda estamos engatinhando em nosso retorno às trilhas e mesmo correndo apenas pelo prazer de correr, é impossível não nos compararmos com quem éramos e como estávamos em dezembro do ano passado, por exemplo, quando corremos os 24km do Desafio Pedra do Baú.

Considerando nosso volume de treinos desde que voltamos a correr, escolhemos correr os 14km na edição 2019 da prova - e ainda assim, devo admitir, fomos ousados demais! rs

De toda forma, a gente sempre soube que correr era apenas uma pequena parcela do nosso motivo de estar ali (como diz um amigo meu, organizador de uma provinha tranquila no Sul de Minas, "não é só correr").

São Bento é uma cidade que mora no nosso coração desde 2013, quando a visitamos pela primeira vez. Ali já vivemos muitos treinos, muitas provas, muitas farras e muitos momentos felizes entre amigos, e voltar pra cidade é rememorar esse sentimento de bem-estar e de acolhimento. Sempre.

Dessa vez foi ainda melhor, já que nossa netinha (piada interna) passou a morar na cidade e tivemos a oportunidade de passar todo o final de semana causando na casa nova dela! 💕

Fora isso, o Desafio Pedra do Baú é também uma grande festa. Como é praticamente a última prova trail do ano, mesmo as pessoas mais competitivas já estão em clima de confraternização de fim de ano, e essa energia de descontração é palpável no evento e uma coisa que muito nos atrai.

Isso explica, por exemplo, o fato de que ficamos proseando do lado de fora do "curral" de largada e nem percebemos que os 14km já tinham largado! 😂

Saímos correndo, mostramos ao Wilton que estávamos com todo o equipamento obrigatório e subimos a rampa em direção ao pórtico enquanto a Fabi anunciava a última chamada para os atletas de 14km antes de ser dada a largada dos 7km!

MANO! Quase perdemos a largada!
Corre, Cris!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Trail Run Medita Experience

Perdi a conta de quantas vezes comecei a escrever aqui um pequeno relato do que foi nossa participação na Trail Run Medida Experience IV, organizada pela Pedra Grande Trail Runners, só pra apagar tudo que eu havia escrito alguns segundos depois.



A razão disso é que nem eu consegui assimilar direito tudo o que foi vivido nesse final de semana de imersão-desconexão-reconexão, então imagine como é para traduzir isso em palavras coerentes.

Talvez sequer seja possível colocar "no papel" tudo o que foi vivenciado e experimentado. Mesmo assim eu gostaria de tentar compartilhar com vocês e, quem sabe, tocar alguém que esteja justamente precisando de uma experiência como essa em sua vida.

Em linhas simples, a proposta do evento é permitir que os participantes se desconectem do "ruído" e das cobranças - internas e externas - cotidianas para se redescobrirem e se reconectarem com sua própria essência.

Para atingir esse objetivo ao mesmo tempo simples e ousado, o evento mescla palestras, sessões de meditação, yoga, trilha (que pode ser percorrida correndo ou caminhando, a depender do condicionamento do participante), entre outras atividades.

Para ser sincero, de início eu estava mais interessado na parte do trail do que nas outras partes da programação. Sou um pouco cético com certas coisas e um pouco desconfiado com pessoas que abusam do uso da expressão "gratidão", e quando a Cris propôs que participássemos do Trail Run Medita Experience eu nem imaginava qual seria a real extensão da experiência. Só pensava em correr e passar o final de semana com amigos.





Team Chalésão Trail no treino secreto de domingo
Então essa é a hora de me desapegar do orgulho, morder a língua e admitir que esse evento foi um verdadeiro tapa na cara (com carinho, é claro!) e me despiu de várias resistências, permitindo que eu realmente vivenciasse tudo o que foi proposto e, ao final, saísse de lá com um verdadeiro sentimento de gratidão. Toma essa! rs