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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Relato: Circuito das Serras - Serra do Mar

Domingo chuvoso... nada melhor que dormir até mais tarde e depois se empanturrar de comer besteira, certo?

Até o mês passado, a nossa resposta seria um sonoro "CERTÍSSIMO!".  Mas o tempo passa e as coisas mudam.

Finalmente estamos retomando nosso ritmo de vida (mais finais de semana livres para fazer o que gostamos, alimentação um pouco menos despirocada etc., etc.) e finalmente (de novo) estamos recuperando nossa confiança em nossos corpos - confiança essa que andava meio abalada desde o início do ano.

A Cris foi liberada pelo fisioterapeuta para testar o tornozelo depois de um longo processo de reabilitação (nem precisamos falar o tanto que recomendamos o trabalho Felipe, que salva nossa pele - e nossos tendões e nossos ligamentos - desde 2013!) e eu venho treinando em baixo volume, mas de forma consistente, há pelo menos 2 meses, sem dor alguma.

Então já estava na hora de colocar os corpitchos para bater na trilha. Até porque dezembro está logo aí e teremos o Desafio Pedra do Baú pra encerrar o ano com bastante dor muscular chave de ouro (quem ainda não se inscreveu, é melhor se apressar, pois as inscrições estão acabando!) e não queremos fazer feio - até porque fomos selecionados para integrar o time de embaixadores da prova!

Eis que surgiu a oportunidade de correr uma prova relativamente perto de casa, com nível técnico tranquilo para quem está voltando a correr e com bastante trilha. Não tinha como deixar a oportunidade passar.

Superado o primeiro obstáculo - que é conseguir fazer a inscrição (grátis), já que ela acaba em questão de minutos! - não seria a previsão de chuva no domingo que nos faria desistir da prova.

Então acordamos antes das 5h da matina e nos dirigimos para o Parque Estadual da Serra do Mar, em São Bernardo do Campo, para retirarmos nossos kits da prova com calma - a largada seria apenas às 9h30.

Em alguns momentos, a neblina era tão espessa que parecia possível corta-la com a faca, mas apesar disso e da garoa ocasional, não estava verdadeiramente frio.

Retiramos os kits e ficamos ali na tenda da Lobo Adventure papeando com os amigos que não víamos há bastante tempo.




Total arroz de festa saindo na foto da assessoria dos amiguinhos


A essa hora a Cris já estava mais conformada com a distância que havíamos escolhido correr (a prova possui 3 distâncias - 6, 12 e 21km - e escolhemos os 12km), mas ainda assim a ansiedade estava batendo.

Riso de alegria e apreensão
O pessoal dos 21km largou e meia hora depois foi a nossa vez. A prova largaria pela estrada velha de Santos (Caminho do Mar) e desceria por asfalto limoso por uns 3km até entrar na Calçada do Lorena e iniciar uma subida curta e grossa em pedras limosas³.

Tinha bastante asfalteiro na prova e assim que a largada foi dada, lá foram eles em disparada, estrada abaixo.

Larguei do meio pro fundo do pelotão e fui no meu trotinho-maciota tradicional. Ainda assim percebi que estava passando bastante gente e, o que era mais incrível, passado bastante gente que estava fazendo bem mais força do que eu. Então notei que enquanto eu tangenciava todas as curvas da serra, o pessoal descia a estrada como se estivesse dentro do carro, abrindo bem para fazer cada curva.

Proseando lá no meio antes da largada (Foto: Tião Moreira)
Neblina tranquila
Faltando uns 50 metros para sairmos do asfalto, encontrei o Vagnão (com quem já havia corrido ombro a ombro na NTS Juquitiba) e resolvi que iria tentar acompanha-lo.

Fomos subindo pelas pedras mais lisas que sabão e ultrapassando mais e mais gente - o Vagner abria o caminho e eu ia atrás. Ao final da calçada, já de volta ao planalto, iniciou a parte mais gostosa do percurso: um bate-volta de mais ou menos 5km, bastante ondulado e alternando entre singletrack de mata fechada, com bastante pedra, e uma trilha um pouco mais larga que era um verdadeiro atoleiro. Uma delícia!

Sorte que tinha o Vagner pra mostrar o caminho das pedras.
(Foto: Alexandre Janotti)
Vai que eu vou! (Foto: Alexandre Janotti)
O fato de ser bate-volta foi muito legal porque permitiu interagir com bastante gente e, inclusive, me permitiu cruzar o caminho com a Cris e ver que ela - além de estar muito feliz - estava muito melhor do que ela mesmo esperava estar. Tirei uma foto, dei um selinho e corri pra alcançar o Vagner.


Cris sorridente subindo
e o Vagner descendo ali no canto
Em meio à Mata Atlântica (Foto: Tião Moreira)
Já faltando menos de 1km para o final, a chuva resolveu dar as caras, mas não fez diferença alguma, pois todos já estavam ensopados da umidade da Serra e por causa das poças de lama gigantes.

Neblina e chuva na reta final


Só pra ilustrar o atoleiro que mencionei (Fotos: Tião Moreira)
Cruzei a linha de chegada com o Vagner em 1h15, me sentindo bastante feliz e bastante inteiro. Apesar de ser a primeira vez que corri essa distância desde abril, o sentimento era o de que eu poderia seguir correndo por mais 1 hora tranquilamente.

Quem tem Vagnão de pacer, não precisa de mais nada
(Fotos: Fabi Ferreira)
Assim que cruzamos a linha de chegada, a chuva veio com força. Com vontade mesmo. Mas nem precisei me preocupar, pois logo na sequência a Cris chegou (enquanto eu tirava minha roupa ensopada... mal deu para registrar a chegada dela).



Ahhh como é bom voltar a confiar no corpo. Como é bom estar de volta!

Agora sim, meus amigos, a gente se tromba nas trilhas!  ;-)





4 comentários:

Francisco Avelino disse...

\o/

Alaranjem as trilhas!!!

Gabriel C. disse...

É o que pretendemos fazer! \o/\õ/

Walmir disse...

Bom retorno ao casal! Força!

Gabriel C. disse...

Obrigado, Walmir! Vamos que vamos!