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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Relato: NTS Juquitiba

Como dizem por aí, quando uma janela se fecha, uma porta se abre.

Nada a ver a frase. Eu só queria uma chance pra usar esse GIF
Não temos feito inscrições para provas, mas através de amigos e parceiros, algumas portas já nos foram abertas esse ano e - ao invés de sair um vampiro ou um gorilão*-  do outro lado da porta o que encontramos foi a oportunidade de correr novas provas e conhecer novos lugares.

* Pra quem não assistia TV de manhã na década de 1990,
aí está a explicação do vampiro/gorila atrás da porta.
Foi esse também o caso da NTS Juquitiba, promovida pela WM7 Sports, que chegou até nós através do contato de uma amiga.

Considerando a data da prova, a parcos 13 dias da nossa prova alvo do ano, usamos a NTS para complementar nosso volume de treino.

Ao invés de aproveitarmos que a prova seria realizada no domingo - com a excelente opção de retirada de kit antes da largada - para dormir até mais tarde no sábado, aproveitamos que a chuva deu uma trégua e usamos o sabadão para algo que não fazíamos há um bom tempo: treinar ludicamente com os amigos.

Não me leve a mal. Todos os nossos treinos são divertidos, mas a bem da verdade, faz praticamente 8 meses que nossos treinos estão mais focados na nossa prova alvo e, por essa razão, acabamos treinando só eu e a Cris, por longas horas.

Então, faltando tão pouco tempo para a prova alvo, já com toda a lição de casa feita, finalmente nos concedemos a oportunidade de fazermos um treino coletivo "curto" e com foco na zoeira! rs

Apesar de tranquilos quanto à altimetria, os 20km de lama do treino de sábado acabaram exigindo um bom trabalho de propriocepção e deixaram as pernas mais cansadas do que eu imaginava.




Acontece que correr com as pernas já cansadas era justamente o que estávamos precisando nesse momento! Além disso, se tem algo que "negligenciamos" no nosso ciclo de treino, essa coisa foi correr continuamente, em estradas.

Logo, juntamos a fome com a vontade de comer e fomos para Juquitiba ver como as pernas cansadas reagiriam correndo "continuamente" por 22km (dos quais pelo menos 17 eram de estrada).

Chegamos à Rio Abaixo Rafting & Aventura, onde a arena da prova estava montada, retiramos os kits e ficamos papeando com os vários amigos que ali estavam, aguardando a largada.



Às 7h30, após os últimos recados dos organizadores, soou a largada e a galera se pôs em movimento. Como de costume, larguei lá pro fundo - o que não era tão longe assim, já que a largada foi separada por distâncias e não havia muitos corredores nos 22km.

Começou a garoar pouco após a largada, mas não chegou a fazer diferença, pois já tinha dado tempo de o corpo aquecer e o percurso já estava encharcado das chuvas que caíram durante a semana, então não era essa chuvinha que iria fazer qualquer estrago.

Como a organização havia divulgado que a prova iria contar com postos de hidratação a cada 3km, decidi largar leve, sem mochila, apenas com meu squeeze na mão - bem diferente dos trocentos quilos de tralhas que tenho carregado na mochila todo final de semana desde dezembro! 😄

Pra não correr o risco de confundir leveza com habilidade para correr rápido (😂) e acabar me machucando, decidi fazer a prova com tranquilidade, com o único objetivo de correr ou trotar o máximo possível do percurso.

Antes mesmo de completar 1km de prova, acabei me aproximando do Vagner - com quem havia feito a Travessia da Serra Fina em um dia em julho - e vi que ele estava num ritmo parecido com o meu. Resolvi que seria uma boa correr acompanhado para não arriscar me empolgar no começo, apertar o ritmo e quebrar a cara, e também porque é sempre bom ter companhia quando você precisa enfrentar monótonos quilômetros de estrada! rs

Cadência sincronizada
E assim seguimos, subida após subida, descida após descida, riscando os quilômetros da lista. Brincamos um pouco de ioiô com o André e o Wagner (outro Wagner! rs) e continuamos amassando barro juntos até entrarmos no primeiro trecho significativo de trilha.


Um pouco antes disso, fomos alcançados e ultrapassados pelo amigo Renato, que estava correndo muito bem.

Cruzamos um riachinho e entramos na trilha, propriamente dita, e até senti falta de uma lanterna! rs
A vegetação fechada e o dia cinzento deixaram a trilha bem escura. Mas a trilha estava muito boa! Singletrack escorregadio, cheio de raízes, troncos e tocos, do jeito que a gente gosta.

Infelizmente, numa dessas raízes, o Renato - que vinha liderando nosso pequeno pelotão - torceu o pé esquerdo. Perguntei se ele precisava de algo (que, infelizmente, eu não tinha, já que estava correndo só com a garrafa na mão) e ele disse que estava tudo bem e que eu poderia prosseguir.

O Vagner e eu seguimos adiante, cruzamos mais um riacho, escorregamos mais um pouco na lama e encontramos 3 corredores que prontamente nos abriram passagem.

Eu estava me divertindo muito e a sensação era a de que eu estava devorando aquela trilha - que, aliás, estava MUITO bem marcada.

Fui puxar papo com o Vagner e percebi que a voz que me respondeu era diferente. Em algum momento o Vagner ficou para trás, entre o outro corredor e eu... continuei socando a bota na trilha e imaginei que o Vagner me alcançaria em breve, para continuarmos nossa dupla dinâmica na estrada que viria a seguir, mas não o vi mais.

Sozinho na estrada, perdi um pouco a noção de ritmo, mas segui firme no plano de trotar e correr o máximo possível. E assim fui passando um corredor aqui, outro ali, mais um acolá e quando já estava quase começando a gostar de correr em estrada (😂) ouvi o som da arena da prova sinalizando que o percurso chegava ao fim.

Vi um corredor a não mais de 100m de mim e resolvi apertar o passo para falar com ele (pela informação dada por um staff, imaginei que não teria mais nenhuma chance de disputar lugar na faixa etária e também não queria que o rapaz gastasse energia à toa achando que eu estava na caça).
Colei no corredor, falei que eu já estava fora de disputa e que ele não precisaria sprintar para cruzar a linha de chegada se não quisesse. Ele falou que era da categoria sub 30, então resolvemos fechar a prova correndo forte, os dois juntos, para sairmos bem na foto. hahaha

Demos um sprint ladeira abaixo e porteira adentro e aí veio a pegadinha do Malandro. Ao invés de irmos direto para a chegada, nos direcionaram para dentro de um rio - onde minhas pernas prontamente ameaçaram travar - e, ao sair do rio, o staff disse que teríamos mais 1km de trilhas no entorno da arena.





O coração ainda estava na boca - do sprint que havia dado antes - então segui na trilha bem de boa, sem pressa para acabar a prova, e no caminho ainda ultrapassei umas 10 pessoas dos 7 ou 10km que estavam patinando na região das cordas.

Cruzei a linha de chegada em 2h16, sentindo-me bastante satisfeito com o esforço que fiz e feliz em perceber que eu ainda sei correr continuamente quando é necessário.




Ainda não conhecia as provas da WM7 Sports e gostei bastante do que vi! Foi uma prova gostosa, muito bem organizada, com muitos staffs, bem demarcada e com uma excelente estrutura (só pensaria em aumentar o número de banheiros numa edição futura).



No total, foi um final de semana muito bem aproveitado, rodando 42km na lama, com muita alegria no coração e nas pernas. Agora é botar as pernas pra cima e cuidar da ansiedade por mais 12 dias.

A gente se tromba nas trilhas! ;-)

8 comentários:

Van disse...

Adorei o relato!! Que bom que curtiram!

Gabriel C. disse...

Valeu, Van! Fizemos o possível para te representar à altura lá! rs

Unknown disse...

Obrigado pela presença.Que ótimo que curtiram e com certeza vamos sempre procurar melhorar para deixa los ainda mais satisfeitos..

Gabriel C. disse...

Como disse no relato, a organização está de parabéns!!! Obrigado pela oportunidade!

wagner theodoro disse...

Gostei muito da prova, e conhecer "Se ela corre, eu corro!" Pessoalmente, fico na torcida e sucesso nas "Missões"😉

Gabriel C. disse...

Grande Wagner, a recíproca é verdadeira! Nos vemos nas próximas e obrigado pela torcida!

piacere disse...

E ainda levaram a camiseta e o moletom para o pódio. Parabéns!

Gabriel C. disse...

Há quem diga que o moletom, a camiseta e o boné novos dão sorte e aumentam sua velocidade média. Quem sou eu para contradizer? Pegamos pódio em 100% das vezes que usamos esses apetrechos em provas até hoje... kkkkk